Escritora...

Livros

Entre o mar e a terra o céu é o limite

 Heliodora foi vista aos prantos quando compreendeu que entre o mar e a terra o céu é o limite e as ondas vão e voltam porque levam e trazem os mais recônditos desejos. Heliodora pôs-se a chorar sem dor porque o choro era de extravasar para sempre a dor de nunca mais possuir quem quer que fosse nem jamais duvidar de si mesma por quem quer que lhe viesse a ditar normas e exigir aquilo que ela sabia que o seu querer nunca desejara. Heliodora estivera em repouso por aquele tempo todo, acreditando sempre que haveria um retorno da irmandade mais pura e singela de como, quando era criança e adolescente, corria a brincar e a conversar com anjos e puxava pela mão aquela menina tão doce e a quem queria enfeitar como boneca porque para ela a criança era tudo o que ela desejarva ser: pura e bela. Heliodora arrastou para longe a doce-menina na esperança de preservá-la do mundo que ela Heliodora descobrira cruel e inexato pensando em poupar-lhe as dores e oferecer-lhe as delicias de outra vida e de outros sonhos. Sem perceber ali rompera o elo entre ser e existir e aprofundara a dor no outro ser que não compreendera - ainda que passados cinquentanos - que o amor é conquista e resultado mais que a exatidão do ato de fecundar o outro ser. Aí que Heliodora teve de repente o
lampejo consciente da distância: o vazio é o momento crucial do entendimento do caos e da dor quando ambos se manifestam e ocorrem no profundo da noite escancarada do dia que iniciou sem sons e sem olhares para estancar de vez com o nó na garganta e o crispado do sorriso em garatuja no rosto daquela que agora se despede para sempre porque será assim. Tristemente será assim.

Os olhos do Marét

O livro narra aspectos da história de Vila Rica através do olhar de um entidade Marét que toma a forma de índio e sai a desvendar os encantos da cidade, seus monumentos e mistérios.

Artigos

"Museu e os jovens: educação e trabalho"
Elizabeth Salgado de Souza
Doutoranda em Educação/ FEUSP
Professora Assistente da Universidade Estadual de Santa Cruz/ BA

 
A princípio os museus ainda são vistos como espaços de lazer, com ações educativas voltadas para o público escolar e os visitantes em geral. Mas por trás desta fachada, os museus são espaços de fruição teórica e prática, dadas as particularidades do acervo que os compõem, consideradas as ações que neles se desenvolvem e a produção do conhecimento que daí resultam. O ensino em museus dá continuidade e reconhece o saber produzido anteriormente ao saber escolar, contribuindo para as diferentes práticas de difusão dos saberes. A investigação sobre o objeto museológico propõe uma pesquisa sobre os modos de produção e consumo deste objeto no seu lugar de origem, e sua eleição como objeto museal. Analisar a produção das peças do acervo do museu, no âmbito de diferentes culturas e sistematizar o uso do acervo como documento e fonte para a construção do conhecimento em diferentes áreas, esta é uma das vertentes museológicas.
 
Como os museus contribuem para a formação profissional dos jovens?
 
Na perspectiva da educação, é pertinente que os museus se tornem centro de interesse para a prática do estágio supervisionado, pois
aí estão diferentes profissionais, trabalhando em diversos setores e projetos, numa abrangência de áreas que amplia a visão de mundo e oferece um leque de opções.
 
Eis aqui uma questão a ser proposta para os cursos profissionalizantes e também para os cursos acadêmicos. Afinal, tanto o ensino médio quanto o ensino superior, são responsáveis pela qualidade dos serviços nos mais diversos campos de atuação dos diferentes setores. Existem museus atendendo a uma demanda nas áreas de educação e de museologia, nas iniciativas de Estágio Supervisonado. Sim, o estágio de formação profissional, específico, com o objetivo de propiciar ao estudante uma vivência cotidiana, de cuja experiência poderá resultar em outros modos de ver, sentir, pensar, fazer e atuar.  
 

A formação escolar prevê um período de estágio durante o qual o estudante experimenta situações em que aprende, na prática, a conviver com outros profissionais e realiza descobertas sobre sua futura profissão: analisa as atividades diárias, problematiza os resultados, aprende a lidar com conceitos e equipamentos, produz relatos e relatórios sobre o processo desse encontro com o experimento entre a teoria e a prática. 
 
Onde entram os museus? 
 
Ora, há museus de toda ordem: dos mais tradicionais ao mais 
hi-tech – na concepção; do mais quadrado ao mais redondo – na forma; do mais aberto ao mais fechado – na aproximação com o público.  E cada um com acervo composto por diversos materiais e técnicas, suportes para todas as áreas do conhecimento: das humanidades, das ciências e da tecnologia, traduzindo as relações ambiente-homem-cultura. E todos estes museus objetivam educar, em sua definição mais singular.
 

Como atrair os jovens para o estágio supervisionado em museus?
 
As diversas seções do museu – de infra-estrutura até recepção ao público – oferecem oportunidade em
outros campos do saber: o designer e o comunicador, por exemplo, têm a museografia e a difusão cultural como lugar de criação e estudo. O estudante de Direito ou o de Economia, com certeza, aprende sobre leis patrimoniais e de incentivo à cultura, estagiando na área administrativa  estabelecendo outra relação entre uma instituição pública ou privada. Estudantes de História e Pedagogia têm o campo da educação em museus, mas também podem estagiar nos arquivos, em pesquisas sobre o acervo e até nas publicações existentes nas bibliotecas.  Letras e Artes têm papel nas ações educativas e também em projetos de produção de catálogos e materiais didáticos para as práticas escolares. Participar na recuperação, manutenção e preservação de peças do acervo com estudos nas áreas de Biologia e Química pode ser interessante, traduzidos, inclusive em futuras teses acadêmicas. Para os da Engenharia (todas elas!) e da Arquitetura, há o campo do restauro, das edificações, da construção de softwares, e outros tantos do saber tecnológico em favor da preservação e difusão do acervo museológico. 
 
Os bens culturais, de natureza material e imaterial requerem equipes de
trabalho multidisciplinar e/ou pluridisciplinar, pois o conhecimento é vário e a apreensão deste se dá em nível interdisciplinar nos museus. Esta é a riqueza das ações educativas em museus: materiais e técnicas são suportes para os fazeres e saberes humanos. Tanto assim é, que os museus podem ser classificados de modo vário: Museu Histórico, Museu de Arte, Museu de Ciência, Museu da Técnica, Museu da Língua, Museu Aberto, Museu Casa, Museu da Pessoa, além, dos parques, jardins e sítios arqueológicos, aqui também incluídos.
 
A realização dos estágios supervisionados em museus
numa cooperação entre estes e as instituições de ensino contribui para um efeito multiplicador no processo de aprendizagem, despertando a curiosidade, aguçando o raciocínio instigando o pensamento, e exercitando os sentidos, para ver além da formação específica e ampliar a  atuação do jovem como sujeito.

1 comentários:

Unknown disse...

Bebete,
Parabéns! Voc~e sempre foi uma ótima escritora. Hora de se revelar e publicar! Online e no papel também!
Mas posso dar um palpite? Sua apresentação..Não está completa! Faltam aind umas linhas! A Bete amiga, a Bete precursora, A Bete que lutou sempre! Bom. Seu Blog está uma beleza!