Tatu Penna

Tatu prá mim é assim uma espécie de mago e ator, todos dois seres fora da lógica dominante do bem e do mal, do luxo e do lixo, do bom e do ruim. Acima destas dicotomias construídas por um mundo incompreensível, Tatu traduzia peças, introduzia sons, recitava versos e trazia para o centro de m mesmo grupo pessoas de diferentes formas e cores, de diversas crenças e lavores. Palco e rua eram lugares e espaços lúdicos de reuniões sérias e deslavadas gargalhadas e apresentações em que atores sociais se representavam a si mesmos e invertiam papéis entre si para chamar a atenção para fatos rotineiros de uma cidade surda e muda obstinada em negar vida e sentimento a uma população mesclada de nativos e forasteiros, transeuntes e passantes, gaveteiros, garrafeiros, tropeiros, artesãos, fanfarrões, arteiros e sóbrios, artistas e sobranceiros, casadoiras vestais e ripongas, comadres e camofas, bêbados e abstêmios. No caldeirão do mago Tatu Penna tudo valia a alma que não era pequena e o palco se fazia ali mesmo na sarjeta e na igreja, na esquina e no teatro, com cenário e sem a luz, sob a lua e Deus por testemunha!

Tatu por onde andas tu?

 Saudades do Brother, da Sueli Damasceno, do Silvério, do Manteguinha, da Rita, do Ney Kokada, da Hilda, do Jader, do Sabonete, da Eva, seu Raimundo, da  Joana e da Marlene, nos laboratórios de formação do ator-cidadão. Do sujeito-gente. Do verso e prosa transformado em oratória e palavras de ordem!

Tatu sai da toca, uai!

 

ANDARILHOS E CAMINHANTES

Aqui é um espaço sobre pessoas que encontramos vida afora e nos marcaram para sempre.Você pode enviar seu texto também, se quiser, ok?

 

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