Entre os anos 67 e 81, carona foi o meu modo de viajar e conhecer o Brasil. Foram viagens para o norte, o nordeste o centro oeste e o sudeste. Geralmente durante as férias escolares. Muitas estradas. Muitas cidades, alguma metrópole? muitos distritos, muitas roças, e muita gente boa conheci pela estrada afora...
Aos poucos quero contar as histórias vividas nestes encontros entre pessoas e a natureza, sobre conhecimentos e aprendizagens, muito além das montanhas e nos planaltos e planícies deste país.
O batismo das caronas aconteceu mesmo dentro de Belo Horizonte, indo do bairro da Renascença para o centro, a Floresta, a Serra, a Savassi e o Coração Eucarístico. E também entre as ruas da Bahia e Silviano Brandão, indo para Sabará, Caeté, Ravena, Borges (na beira do Rio das Velhas) ou entre as avenidas Afonso Pena e a então famosa BR 3, hoje BR040, a caminho de Itabirito, Ouro Preto, Congonhas, Barbacena, Juiz de Fora.
E a estrada preferida Fernão Dias entre BH e Lavras, com direito a idas e vindas a Betim, Crucilândia, Carmópolis, Perdões, Ribeirão Vermelho, 3Corações, Varginha, Nepomuceno, Carrancas, São João Del Rey e Tiradentes.
Muitos estranhavam o trio de duas meninas-moças e um rapazinho – á beira da estrada cantarolando “ Eu não posso mais ficar aqui a esperar(...) vejo carros, caminhões, a passar por mim, estou sentado à beira de um caminho que não tem mais fim...” angústias juvenis da espera e da momentânea solidão de quem queria sempre ir adiante. Às vezes o Lucas entrava numas...
Hoje talvez cantássemos “Ando devagar porque já tive pressa...”
Ai ai! Bateu saudades dos irmãos companheiros de mi vida!!!! O irmão mais novo mora em Carrancas e tem lá um restaurante bacana com comidinhas mineira e contemporânea. A irmã caçula mora na Chapada Diamantina, em Piatã onde planta café orgânico numa fazenda na nascente do rio de Contas.
O outro irmão do meio mora em Florianópolis, Santa Catarina e tem um sítio pros fins de semana
O hábito de viajar e sair por aí ‘com meu violão debaixo do braço’ é uma herança da mamãe e do papai, que sempre gostaram de desvendar caminhos, encontrar saídas e conhecer lugares, incentivando esse ‘gostar de viajar’ em cada um de nós.
Hoje, sinto-me feliz quando estou na região de Ouro Preto e Mariana onde o costume de pegar e dar carona ainda permanece, graças às universidades de Ouro Preto (UFOP) e de Viçosa (UFV), cujos estudantes empunham cartazes indicando para onde querem ir, ou simplesmente ficam nos ‘pontos de carona’ à espera do primeiro carro ou caminhão que gentilmente parar e levar. A regra básica de caroneiro que se preza é ir até onde o motorista for, ou parar próximo de onde vai. Em BH também existem pontos de carona para ir até a UFMG. Uai, sô! A carona é um jeitinho mineiro de economizar dinheiro, chegar rápido e fazer amigos.
1 comentários:
Sim Sim!! e foi assim q nos conhecemos, só q dessa vez ela estava no controle e eu uma contente caroneira!!!... e é de carona q conhecemos pessoas e histórias e lugares FANTÁSTICOS!!
adorei desde o primeito instante... pq mulher dar carona é raro!!rs
Bjão Bete Salgado!!
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